警訊124期 Revista da P.S.P. 124

48 dizer dizer e respeitar também a recusa de outrem”. Enfrentado o pedido irracional de outrem, a recusa trata-se de um respeito por si próprio, e não tem de se sentir culpado ou estar em falta, quando for necessária a recusa, deve fazê-la. Porque, quando se sabe como recusar outrem, significa que não se está a embaraçar a si próprio e que já aprendeu a amar a si próprio. II. Chantagem emocional Porque não podemos recusar outrem? A recusa é difícil, às vezes é por causa de pressão de benevolência. A fim de ter em consideração a reacção emocional de outrem após ser recusado, ou dado que valorizamos essa relação, muitas vezes nos concentramos nas necessidades de outrem, daí ignorarmos as nossas próprias necessidades ou sentimentos. A chantagem emocional (Emotional Blackmail), um termo que se tornou popular nos últimos anos, é um conceito que a psicóloga Susan Forward desenvolveu a partir de décadas dos seus casos de tratamento. Quer dizer, simplesmente, que queremos manter as relações entre pessoa a pessoa, não pretendemos ser degradados, por isso não podemos recusar os pedidos dos outros, sempre caído num ciclo vicioso em que pretende recusar, mas incapaz de recusar os outros, então são forçadas a fazer coisas que não queremos fazer. Seis etapas da chantagem emocional: 1. Pedido: “pedido” feito pelo autor. 2. Resistência: você não quer aceitar o pedido do autor, e assim faz a “resistência”. 3. Pressão: o autor faz com que você se sente com “pressão”, para você saber que não deve rejeitá-lo. 4. Ameaça: caso você não aceitar, ou refutar, o autor vai continuar a “ameaçar”, por exemplo, utilizando o dinheiro, ruptura de relacionamento, etc., para que você não poderá não aceitar. 5. Obed i ênc i a : você “obedece” por causa do medo , responsabilidade e culpa. 6. Repetição: o autor sabe a essência, por isso, "repete" novamente na próxima vez. Como é que podemos libertar da chantagem emocional? Se encontra na situação da chantagem emocional, em primeiro, deve manter uma posição calma e firme, não necessita de responder imediatamente ao pedido feito pela outra parte, dando a si um pouco espaço para que possa estar mais ciente à sua reação emocional. Além disso, desde que você domine as suas principais características, pode também quebrar esse ciclo sem ser facilmente chantageado, por exemplo: caso for o sujeito a ser chantageado, lembre-se: esse ciclo vicioso é formado apenas quando você concorda, enquanto recusar firmemente, a outra parte abandonará esse pedido irracional. Já verificaste ou não que está a ser cada vez mais difícil para ti em recusar um pedido de outrem?! Muitas vezes aceitas o pedido de outrem por teres coração mole, pena dele, mas quando verificares que já não consegues suportar mais, ficas com emoções negativas e arrependas-te. Quando a mesma pessoa pede-te novamente ajuda e finalmente tiveres coragem para lhe recusar, nunca adivinharias que essa pessoa iriate manifestar a sua insatisfação em ti e, ainda, acusar-te que és um egoísta e não pensas nos outros. Daí que ficas muito incomodado e pensas: “Quando te ajudo, estou-te a fazer um favor; quando não te ajudo, tenho toda a razão porque não tenho obrigação para isso”; como é possível haver alguém que trate “a ajuda que se presta a outrem” como se fosse “um acto natural e óbvio”? E, por fim, podendo até transformar-se em “Se não me ajudares, ficas a dever-me”, mas porquê é assim? Na nossa vida quotidiana, quando os nossos familiares, colegas de serviço e amigos nos pedem ajuda, muitas vezes dentro do nosso coração não queremos ajudar-lhes, mas devido ao nosso relacionamento e importância dada à respectiva amizade, não nos sentimos bem em recusar-lhes. No entanto, o não recusares a outrem, torna-se, assim, em sacrificares a ti próprio; e há certas pessoas que não agradecem a tua bondade, e até mesmo passam a abusar-te cada vez mais. Por isso, por mais próximas que sejam essas pessoas, às vezes deves ter coragem para recusar o pedido ou convite delas, deves aprender a dizer não, porque só assim é que podes viver não contrariado à tua própria vontade, não ficares embaraçado e viveres o seu verdadeiro eu. A seguir vou compartilhar em como dizer “não” na nossa vida diária: I. Sem necessidade de satisfazer todas as pessoas, a recusa é o respeito de si mesmo: Talvez todos já ouviram falar do termo “Son Tak Ian” (em cantonês), o qual descreve uma pessoa que pode contemporizar com outrem e aceitar as opiniões de outrem. Contudo, quanto a alguém que nunca recusa outrem, aceitar todos os pedidos de outrem não significa que seja “bom homem, boa mulher”, a razão é que, quando prometer coisas, sem considerar os seus próprios sentimentos e capacidade de tolerância, apenas faz com que piore a sua vida e emoções. Quando encontrar pessoas e coisas de que não gosta na sua vida, não deve optar cegamente por contemporizar com outrem, mas sim aprende corajosamente a recusá-las e a ser seu próprio dono, porque tem direito de dizer “não”. Existe um ditado popular na internet: “Não faz os outros felizes, mas desagrada a si próprio, aprender a recusar outrem

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